Aaah... hoje é Dia das Crianças! Me lembro bem de como era ser um projeto de ser humano, correndo por aí, dando trabalho para os meus pais, com o simples objetivo de me divertir. A rotina da criança era assaz simplória e consistia meramente de ir pra escola, se divertir lá, brincar em casa, assistir desenhos (principalmente Dragon Ball Z), brincar na rua, andar de bicicleta, brincar na casa dos amigos... Enfim, a infância tendia a ser um período da vida bem saudável. Bons tempos aqueles.
Mas hoje vivemos numa nova era. "Mas como assim, Bittencourt?". Bom... essa semana eu assistia uma reportagem no Bandnews sobre o dia das crianças. Me surpreendeu a complexidade da mente da criança de hoje. Ora... admito que a revolução tecnológica iria atingir os brinquedos na forma de novos dispositivos mecânicos e eletrônicos. Os pequeninos hoje preferem brincar com um Transformer super complicado do que andar de bicicleta, por exemplo. O pior de tudo, e isso foi o que chamou mais minha atenção, foi um garotinho de 10 anos dando entrevista na tal reportagem. Havia sido mencionado pela repórter, durante a matéria, que o computador é muito presente nas brincadeiras de hoje em dia. Ao questionar o garotinho sobre o que ele gostava de fazer no computador, ele sem titubear responde: "Entrar no Orkut." Pelas barbas de Merlim, galera! Não irei nem comentar de tão revoltado que fiquei.
Queria mesmo é falar sobre desenhos... Que por sinal estão perdendo a essência. Bons eram os tempos dos Super Patos, Dragon Ball, Swat Kats, Simpsons, Perna Longa, Power Rangers, Bob Esponja, Scooby-Doo... a lista é longa. A nossa juventude está à mercê de "Rebelde" (morra), High School Musical, Camp Rock, Ben 10, Jake Long e muitas outras porcarias. São poucos os desenhos realmente legais, a meu ver. Eu particularmente gosto de Phineas e Ferb (muito bacana pra quem puder assistir); se trata de um desenho muito sem noção e engraçado sobre dois irmãos que estão de férias e fazem coisas malucas para aproveitar o tempo. Rola até um ornitorrinco como agente secreto. Gosto bastante também de A Nova Escola do Imperador, uma adaptação do longa "A Nova Onda do Imperador", da Disney. Também sem noção e engraçado. Os desenhos citados não seguem a moda de "lavagem cerebral a todo custo", "transformem as crianças em mini-adultos" ou "deturpemos os valores morais e cívicos da sociedade contemporânea". Quem já viu Rebelde sabe do que eu tô falando. Tipo... minha irmã tem 7 anos de idade e assiste aquela...coisa. Um dia eu tava no computador (aqui em casa ele fica do lado da TV), sendo obrigado a ouvir o programa. Meu pai e minha mãe também se encontravam na sala no momento. Eis que nos deparamos com um dilema (seríssimo) de uma das protagonistas de série: usar camisinha ou não? Como meus pais não disseram nada, supus que estivessem tão chocados quanto eu. Curioso é que não foi imposto nenhum tipo de embargo ao programa e minha irmã continuou assistindo. Curioso também é que na idade dela eu era proibido de assistir Chaves; segundo meu pai era idiota demais.
No mais, a infância é um período fantástico. Sem preocupações, a não ser uma: brincar. Nós crescemos, as responsabilidades nos alcançam e nós vemos que ótima fase ela era. Eu acho crianças criaturinhas bastante engraçadas. A inocência, a curiosidade, a vontade de aprender, conhecer, e aquela sensação de liberdade que muitos adultos deveriam ter. Me lembro de uma cena bem bacana do seriado "Enterprise" em que é revelado para um garoto (ele tinha uns 10 anos se não me engano) que ele era apenas um clone de um cara e que só havia sido criado para que seu tecido nervoso pudesse ser implantado no tal cara, que estava em coma. No fim da explicação, o menino disse: "Tudo bem. Agora podemos ir concertar meu brinquedo?". Um adulto complicaria isso ao extremo com crise existencial e tudo mais. O menino queria saber de brincar. Ponto. Quem sabe não deveríamos ser crianças de vez em quando? É a mensagem que eu deixo para todos. Feliz Dia das Crianças!
Perry, o Ornitorrinco.
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